Diagnóstico

   Com a realização do Diagnóstico, foi-me possível compreendê-lo como uma ferramenta de extrema importância na realização de qualquer tipo de projecto. É ele que nos permite localizar os principais problemas bem como dá a conhecer as suas causas e oferece vias de acção possíveis – resumidamente, o seu objectivo é o reconhecimento da realidade.

    As técnicas que utilizei foram a observação da realidade social e o inquérito por questionário, e embora pudesse ter utilizado outras (como entrevistas e consultas a especialistas), foram as suficientes para detectar mais do que uma necessidade real.

    Deste modo, consegui fazer o inventário dos recursos que tinha ao meu dispor iria necessitar para enfrentar a situação e definir as melhores alternativas para o conseguir, algo que nunca teria conseguido fazer se tivesse apenas partido do princípio que as necessidades pudessem existir.

 

 

    No decorrer do 11º ano, para a disciplina de Sociologia, foi incutida aos alunos do Curso Profissional de Técnico de Apoio Psicossocial a tarefa de planificar uma aula de noventa minutos acerca de um tema e actividades sobre ele à escolha. Por gosto pessoal, abordei a temática da IVG (Interrupção Voluntária da Gravidez). No entanto, no decorrer da minha apresentação, reparei que muitos dos meus colegas não tinham conhecimentos sobre o assunto e alguns dos que tinham eram errados e baseados em ideias pré-concebidas.

    A IVG é um assunto que está a tornar-se mais discutido nos dias que correm. Por isso é preciso mostrar aos jovens a importância de explorar todos os caminhos e opções alternativas ao aborto, uma vez que este tem vindo a ser utilizado como método anticoncepcional, quando deveria ser visto como último recurso.

    No entanto, não bastava guiar-me pelos défices de informação que existiam na minha turma, pela simples razão de que esses mesmos défices poderiam não existir fora dela. No sentido de realizar alguma intervenção nesta área, seria necessário realizar um diagnóstico mais aprofundado.

    Para isso, utilizei o método do inquérito por questionário, onde coloquei perguntas que testassem os saberes dos jovens da ESRT e determinadas opiniões acerca do assunto.

    De um universo de 1715 alunos (regime diurno), abordei apenas os do 12º ano de escolaridade, por serem mais velhos e terem outro tipo de maturidade. Então, utilizei uma amostra de 70 alunos de 286 (apenas 12º ano).

 

  • Que necessidades existem?

    De acordo com o diagnóstico efectuado, a maior parte dos jovens inquiridos têm muita falta de informação sobre aquilo que está inerente à temática da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG).

    Apresentam noções erradas acerca dos motivos que levam as jovens a engravidar, formulam opiniões baseadas em crenças erradas e desconhecem alternativas em relação ao aborto. Também se contradizem em alguns aspectos como, por exemplo, dizer que acham que a IVG é a melhor solução para determinados casos e, mais tarde, não concordar com a IVG na maior parte das situações.

    Face aos resultados obtidos, é de grande necessidade transmitir aos jovens da ESRT o máximo de informações possíveis acerca deste tema.

    Neste caso, o objectivo não é o de moldar nenhum tipo de opinião nem indicar aos jovens o aborto como a melhor alternativa viável no caso de uma gravidez não desejada. O verdadeiro propósito é o de transmitir à comunidade escolar da ESRT que um aborto não é um acto que se deva realizar de ânimo leve ou ser visto como a mais fácil ou melhor alternativa.