Questões Gerais

Fica muito caro fazer um aborto?

Isso é um MITO!

     Pode-se fazer um aborto pelo SNS (Sistema Nacional de Saúde), o que faz com que a mulher não tenha que pagar nada. Só paga se optar por o fazer num hospital privado, mas isso já cabe a cada pessoa decidir! ;)

 

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É verdade que não é preciso fornecer dados pessoais, como o nome, a morada e o número de telefone?

Isso é um MITO!

     Todas as mulheres, ao assinarem o formulário de Consentimento Livre e Esclarecido (formulário que se preenche antes de fazer uma IVG) têm que fornecer os seus dados pessoais. Não é para mais tarde serem contactados - não mandam nenhuma carta para casa nem telefonam. No entanto, os dados têm que constar, porque tudo tem que ficar registado, por lei. Supõe que acontece alguma coisa à mulher grávida derivado à IVG? Isto acontece principalmente por uma questão de segurança!

 

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Se faltarem dois dias para se completarem as dez semanas de gestação quando a mulher for à Consulta Prévia da IVG, fazem na mesma a IVG?

 Não, não fazem.

     Por lei, existe um período mínimo de reflexão de três dias, em que a mulher pode ou não solicitar apoio psicológico, para ponderar se quer ir avante com a decisão de fazer a IVG. No entanto, a lei é muito clara: a IVG é permitida até às dez semanas de gestação, e nem mais um dia. Se a mulher comparecer à consulta e só faltarem dois dias para se completarem as dez semanas, nesse caso não vai ser possível a realização da IVG em nenhum estabelecimento de saúde legal português.

    E não se esqueçam que estas dez semanas são provadas através de um exame ecográfico (ecografia)!

 

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É verdade que os pais não precisam de ficar a saber?

Depende!

     No caso se ser maior de 16 anos (exactos, e não aproximados), não precisam, basta a autorização da grávida. Se for menor de 16 anos, só pode realizar a IVG com autorização dos pais ou representante legal.

 

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Se a mulher for menor de 16 anos e levar um papel assinado pelos pais, fazem a IVG?

NÃO, não fazem.

    É verdade que só fazem a IVG com autorização dos pais ou representantes legais, mas tem que ser uma autorização presencial! Vê bem: podia ser uma assinatura falsificada. E depois, se acontecesse alguma complicação? A culpa iria cair no estabelecimento de saúde, que fez algo que não é permitido pela lei. Por isso, esta é uma medida de salvaguarda.

 

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É verdade que se se disser que a gravidez foi fruto de violação, pode-se fazer a IVG até às 16 semanas?

NÃO É ASSIM TÃO SIMPLES!

     É verdade que, no caso de gravidez fruto de violação, a IVG é permitida até às 16 semanas de gestação. No entanto, é necessária uma queixa policial para que isso aconteça - têm que se prestar depoimentos e realizar exames ginecológicos para se poder provar a violação. Só depois será, ou não, permitida a IVG.

     Uma mulher não pode simplesmente alegar que foi vítima de um crime sem tal ser provado pois, em muitos casos, pode até ser mentira... e sendo assim, haveria muita gente a utilizar esta versão, apenas para prolongar o tempo em que poderiam realizar a IVG. E, assim, estariam a cometer um crime.

 

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Uma IVG deixa sequelas psicológicas para toda a vida?

Isso varia de pessoa para pessoa.

    Um aborto nunca é uma decisão que se tome de ânimo leve. É um acontecimento que é impossível de esquecer, embora hajam mulheres a quem custe menos que outras. Enquanto umas podem ficar extremamente deprimidas, outras podem nem se importar tanto. Isso vai depender dos ideais de cada pessoa, daquilo em que acreditam e da forma como lidam com o próprio acontecimento, entre outros factores.

    E também não nos podemos esquecer que, apesar de serem as mulheres que passam pela IVG (fisicamente falando), há homens que também sofrem durante o processo, alguns ainda mais que as mulheres.

 

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As mulheres passam a ser mal-vistas...

Muitas vezes, infelizmente, sim.

    A despenalização do aborto em Portugal só se deu em 2007. Por isso é natural que muitas pessoas ainda não estejam muito informadas acerca do assunto ou se tenham habituadas à ideia. Provavelmente, algumas delas votaram "sim" no referendo, e até recriminam quem faça uma IVG, ou até aconteça o contrário. Existem muitas ideias muito diferentes, pois este é um tema extremamente delicado que mexe com os ideais das pessoas, com questões éticas e até com a fé. Mas isso vai sempre acontecer, mesmo que seja em menor escala. No entanto, cada vez se vai tornar mais comum e as pessoas vão acabar por se conformarem.

    Pessoalmente, posso-te dizer uma coisa: conheço quem já tenha feito uma IVG e não é por isso que são menos bem vistas! Isso vai depender de muitos factores, que podem ir desde as pessoas com quem tu te dás e da tua própria forma de encarar a situação! :)

 

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